quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tempo (2)


Ultimamente venho pensando em muitas coisas, vários assuntos e ideias me surgem para “por no papel” e criar uma postagem. Porém há um tema recorrente e é algo que me faz quase enlouquecer ao me aprofundar. É sobre o Espaço/Cosmos/Universo. Sou apaixonado pelo Céu desde pequeno, sempre fiquei extasiado com o que acontecia numa noite estrelada e bem escura, dava para se ver muitas estrelas. É um espetáculo gigantesco e te faz pensar na sua insignificância frente ao tudo. Já falei anteriormente aqui no Fanática, mas sempre tive uma vontade de dedicar mais do que uma referência a esse assunto que acho espetacular...
Imagem feita pelo Telescópio Hubble onde pode-se ver inúmeras Galáxias. Fonte: Wikipédia
Acho fantástica a imensidão de tudo e no quanto o tempo/espaço é relativo. Vivemos aqui em nosso mundinho (que é maravilhoso, diga-se de passagem), com todas as nossas aspirações, alegrias, tristezas, preocupações, criações, enfim, todo o drama diário, sem perceber que isso é NADA em relação ao tudo, em relação ao Universo nós sequer vivemos no presente. Para se ter uma ideia, a luz do Sol demora em torno de 8 (oito) minutos para chegar até a Terra, isso quer dizer que, se acontecer qualquer coisa com o Sol (explodir, implodir, apagar, evaporar, derreter, whatever) só iremos saber daqui a oito minutos. O que para nós é futuro (daqui a oito minutos) para o Universo é passado (há oito minutos). Tudo o que vislumbramos numa noite de Céu estrelado pode não existir mais da forma como vemos, tudo o que vemos no Céu é o passado (sim, olhar estrelas é contemplar a história!). 

A estrela mais próxima de nós depois do Sol, chama-se Proxima Centauri e está a meros 4,22 anos-luz de nós (lembrando que a luz viaja a uma velocidade de aproximadamente 300.000 Km/s, isso mesmo, trezentos mil Kilômetros por segundo! Absurdamente rápido). Agora, pensa na distância absurda que é 4,22 anos-luz, é o tempo que a luz dessa estrela leva para chegar até nós. Sabe o que é melhor? A Galáxia mais próxima da nossa Via Láctea é a Andrômeda, a meros 2.900.000 anos-luz de nós (sem comentários)...
Proxima Centauri (o pontinho vermelho ao centro). Fonte: Nasa Images
Estima-se que existam na Via Láctea aproximadamente 100 bilhões de estrelas, cada estrela possui algum tipo de sistema ao seu redor, isso nos faz pensar na quantidade de planetas existentes (somente na Via Láctea). E existem bilhões de Galáxias...
Imagem fantástica em Infravermelho de Andrômeda. Fonte: Wikipédia  
É de se pensar no quanto somos insignificantes em relação ao Universo, todo nosso conhecimento, tecnologia, todas as disputas, as intrigas, mesquinharias, todos os dramas diários, os “medos”, tudo isso é nada. 

"Do nada para o nada" 

"... prá entender basta 600 anos de estudo ou 6 segundos de atenção..." HGessinger parafraseando Osho.

Gosto da ideia de que não estamos sozinhos (sequer entrei nesse assunto), que existem formas de vidas mais avançadas/evoluídas do que a nossa... Gostaria de estar vivo para ver tudo o que ainda nos aguarda, mas o tempo urge e meu relógio biológico é terráqueo, não Universal... 

Willian A. Provezi
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

30


Então, trinta. 

Um número estranho e ao mesmo interessante. Três décadas de uma só existência, 30 anos são aproximadamente 913 meses ou 10958 dias, como diria Gessinger “... e eu, o que faço com esses números?”. Aliás, enquanto escrevo essas linhas ouço Engenheiros do Hawaii, uma banda que me acompanhou durante grande parte desses trinta anos e foi trilha sonora em muitos momentos desses meus 10958 dias.
Trinta anos remete a reflexão, é onde “misticamente” está inserido o Retorno de Saturno, período no qual você “revê” sua vida e busca acertar os pontos, os poréns (whatever), é uma idade onde você se afirma (ou não) como indivíduo. Reflexão é o que não me falta. Já escrevi que sou nostálgico, vivo pensando no que passou e no que vivi. A cada ano que passa venho acumulando histórias, venho acumulando pessoas, venho acumulando coisas. É interessante notar o quanto as coisas mudam, como as pessoas passam, como o tempo vai. Então o acúmulo é na verdade de lembranças...

Ao longo desses trinta anos muitas coisas aconteceram ¬¬ (claro!). Quando pequeno, sonhava em praticar karatê (mesmo sem saber ao certo como seria) e descobri que isso faz parte de mim, me identifico demais com toda a filosofia por trás das técnicas. Cursei uma faculdade que nunca havia me imaginado cursando (e hoje me identifico demais com a área), não aprendi a nadar e continuo com medo de lugares com água acima da cintura (eu e meus medos). Lí inúmeros livros, por conta disso ganhei até o apelido de “o homem da praça”, pois era prá lá que ia ler. Aliás, a praça continua fantástica e ainda a considero meu quarto fora de casa... Gostaria poder descrever tudo o que já tive de marcante, mas minha memória já não me ajuda mais.

O estranho é que não me sinto com trinta, sempre me senti bem mais novo do que realmente sou. Vejo pessoas da minha idade com filhos, “estabilidade” amorosa/financeira/familiar e não me identifico com elas, me identifico mais com pessoas de 18 ou 20, com sua “irresponsável maturidade” e sua vontade de mudar o mundo enquanto explora todos os seus cantos...

Fiz algumas dessas reflexões em outros aniversários (27 e 28) e, mesmo estando no passado, essas reflexões ainda me são bem atuais. Mantendo a tradição, continuo acordado na virada para o “meu dia”, revendo tudo o que passou, pesando todos os erros, buscando explicações para coisas inexplicáveis e tentando fugir de coisas que estão em mim. Ao mesmo tempo me vem um sorriso no rosto ao lembrar dos muitos momentos ótimos que tive, das pessoas fantásticas que caminharam/caminham um tempo ao meu lado (como não lembrar de você?), das descobertas simples que me deixaram extasiado, das coisas boas que já me aconteceram. É um momento de balanço individual onde preciso deixar certas coisas no passado, consertar o que estraguei e seguir adiante.

“... eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem que não passa por aqui...” HGessinger como sempre, presente...

“Por isso tento não pensar no tempo, pois isso me tira o pouco tempo que tenho” (preciso praticar isso, urgente!)  Willian A. Provezi


Não me sinto velho, não me sinto jovem, me sinto como se não tivesse vivido ainda tudo o que é possível viver...  ;)


Ah, quase ia esquecendo, parabéns prá mim!  

Willian A. Provezi
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