Nos últimos dias nosso país foi tomado por uma onda de
protestos (nenhuma novidade) que começou por um movimento de esquerda ligado à esquerda (óbvio) e outros movimentos radicais. O movimento se proclama “apartidário,
mas não antipartidário” e tem como objetivo a causa do passe livre/gratuito
como forma de inclusão social e até como gerador de mudanças (não são palavras
minhas, são palavras deles).
Pois bem, estive ontem na manifestação que ocorreu
em Blumenau, tudo muito “correto”, sem atos de vandalismo e muita, muita gente.
Num primeiro momento, foi uma
manifestação organizada e orquestrada pela vertente do movimento local, mas que, a exemplo do que
acontece no restante do país, reuniu muitas outras causas. Havia de tudo, desde
cartazes bem humorados, faixas falando da esfera federal e também do municipal.
Mas senti uma estranheza, na real, era visível: a falta de bandeiras de
partidos/movimentos políticos. Por incrível que pareça, o movimento originado
pela esquerda com atos questionáveis
de vandalismo (e atos grotescos de uma polícia despreparada ou, talvez,
orientada para aquilo), culminou em quase uma revolta popular. Mas não é uma
revolta familiar para a esquerda, com
confrontos contra um exército e seu sistema opressor, ou contra um presidente que
“roubou a poupança” ou ainda, contra o FMI. A revolta é contra um sistema
corrupto que hoje é orquestrado pela mesma “esquerda” (vai, uma “pseudo-esquerda”). Esquerda essa que, para os desavisados, já se perpetua há 10 anos
no poder (tempo suficiente prá mostrar a que veio, não acham?).
Hoje, tentando
entender um pouco mais do que está acontecendo, percebi que a esquerda está “amuada”, não é o jogo
dela esse movimento. Percebi através de sites, colunas, blogs e perfis de esquerda, certo tom de “desprezo” pelos
manifestos ocorridos em Blumenau e no restante do país. Hoje o movimento que originou tudo abriu mão da
manifestação se dizendo contrário a magnitude que o protesto alcançou (e também o fato de manifestantes partidários de esquerda
terem sido rechaçados do movimento). Não sou de esquerda (acho que já ficou claro) e não sou de direita (na real, acho esses termos
ultrapassados nos dias atuais), sou contra qualquer governo que explore seu
povo. Não sou a favor sequer da saída do governo vigente (a menos que algo
grave aconteça/seja descoberto), todos foram eleitos democraticamente e é assim
que tem de ser. Sou a favor de reformas políticas e não a "troca" de políticos. E também não me interessa passar por momentos de incerteza e
instabilidade política/econômica só porque resolvemos depor um presidente
(acredite, não há muitas boas opções hoje). Sou sim a favor de uma mudança
consistente, que nossos governantes percebam que cansamos de falatórios, de
promessas, de “faz de conta”, de
auxílios-qualquer coisa, de roubos, desvios, falta de segurança, falta de
hospitais, impostos abusivos (e sem retorno), leis absurdas, infraestrutura decadente,
um povo iletrado e com uma educação inexistente (entre tantas outras coisas). Hoje
nos cobram uma bandeira partidária (afinal, movimento nacionalista sem bandeira
só pode significar “ditadura”), mas, não preciso ser religioso para ser contra
as religiões e não me deixar iludir pelas falsas promessas. Está na hora de pararmos com essas ideologias
comunistas/fascistas/socialistas//militaristas/etc,
isso é coisa do século passado!
Vivemos em um mundo dinâmico, com outros personagens
atuantes e incorporados ao cotidiano (claro, é sempre bom ficar de olho em
aproveitadores, afinal ninguém quer um golpe). O que precisamos é um governo
sério e profissional (sim, profissional). Parar com essa demagogia política
ligada a interesses "sociais" que levam mais dinheiro para um grupo
seleto. Essa é a cara do país, os nossos jovens não pensam mais em “direita e
esquerda”, não há mais lugar para certas ideologias. Precisamos aprender com o
que a história nos mostra e aprender com os nossos recentes atos. Sou
completamente contra a qualquer ato de vandalismo (nós pagamos a conta,
certo?), mas quero um Brasil diferente para mim e para quem mais vier depois...
“... quem viver verá: a força bruta, a face oculta, num museu de cera...”
HGessinger como sempre,
presente.
Willian A. Provezi
...
0 comentários:
Postar um comentário